A data alusiva ao ‘Dia Mundial da Saúde Mental’, comemorado na segunda-feira (10), foi aproveitada para oportunizar momentos de interação e aprendizado com os usuários de importantes serviços da Rede Estadual de Saúde Mental. Este ano, a campanha definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) trouxe como tema: “Dignidade na Saúde Mental: Primeiros cuidados psicológicos em saúde em situações de crise”.
Na programação realizada no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD Estadual), houve palestras sobre ‘Álcool e outras drogas’, ‘Suicídio e Depressão’, além de atividades laborais e de expressão corporal. “As atividades são realizadas com o foco de produzir a saúde e o desenvolvimento mental dos pacientes. Consideramos importante valorizar e aproveitar a data para reforçar um trabalho de prevenção”, considerou o coordenador do Caps AD, Marcelo Costa.
Na tarde de segunda-feira (10), alunos do 1º e 3º ano do Ensino Médio, da escola Bernardo Coelho de Almeida, localizada no Centro, estiveram no Caps AD Estadual, para conhecerem como é realizado o trabalho de assistência aos dependentes químicos e serem orientados sobre a importância de se manterem longe das drogas. “Falar de saúde mental é também falar de políticas públicas tentando sempre aperfeiçoá-las. O que realmente se pretende com essa data é ressaltar que não se deve pensar em tratamento de doente mental de maneira preconceituosa ou estigmatizada. Por isso, reforçamos a importância do resgate e preservação da dignidade dessas pessoas”, completou Marcelo.
Para a estudante do sexto período de psicologia, Lenine Gomes, que há duas semanas faz estágio no Caps AD, esse dia chama atenção para que a sociedade se conscientize sobre o que, de fato, envolve a saúde mental. “A data representa uma valorização conjunta. Ainda precisamos de um discernimento maior a respeito dessa temática. Tem sido uma excelente oportunidade estar em campo e observar como essa assistência tem sido bem estruturada pelo Estado e a maneira que, na maioria das vezes, representa a única oportunidade dessas pessoas de ressocialização e retomada de seu bem estar mental”, disse a estudante.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam que 10% da população global têm algum distúrbio mental. Os Centros de Atenção Psicossocial têm a função de fornecer atendimento próximo à família do paciente, assistência médica e cuidado terapêutico, conforme o seu quadro de saúde, com possibilidade de afastamento do seu ambiente familiar quando necessário, mas de forma temporária.
No Maranhão estão em pleno funcionamento 73 CAPs, sendo cinco CAPs AD, três CAPs Infantil (CAPs I), e os demais CAPs que atendem todos os tipos de transtornos mentais. Por meio da administração estadual, São Luís conta com um CAPs III, um CAPs AD e três residências terapêuticas.
O CAPS AD funciona há oito anos no bairro do Monte Castelo. Apenas em 2016, cerca de 4.500 pessoas foram atendidas, e, atualmente, são 480 pacientes sendo tratados em diferentes programas, como aqueles que estão diariamente na unidade, os que frequentam o Caps de uma a duas vezes por semana, e, ainda, os que recebem atendimento duas vezes por mês, classificados em regimes intensivo, semi-intensivo, não-intensivo e ambulatorial.
Como parte da programação, nesta terça-feira (11), será realizada mais uma edição do projeto ‘Ritmos da Vida’, no Cine Teatro da Cidade. A ocasião reúne todos os pacientes da rede estadual de saúde mental em tratamento nos Centro de Atenção Psicossocial (Caps Álcool e Drogas – AD e Caps III), Unidade de Acolhimento Estadual (UAE), Residências Terapêuticas, e presos de justiça do Hospital Nina Rodrigues (HNR).
Data Comemorativa
Em 1992, a Federação Mundial para Saúde Mental lançou o ‘Dia Mundial de Saúde Mental’ na tentativa de aumentar a conscientização sobre as questões na área, estimular a discussão sobre os transtornos mentais e a necessidade de ampliar os investimentos na prevenção, na promoção e no tratamento.
A partir da ‘Reforma Psiquiátrica’ (Lei 10.216/2001), foi estabelecido um modelo de tratamento voltado para a reinserção social, a reabilitação e a promoção de direitos humanos, tirando o foco da hospitalização e oferecendo tratamento humanizado às pessoas com transtornos mentais e decorrentes do uso de álcool e drogas.