Com Projeto Proteger, Governo leva ações de saúde à região do Cinturão Verde

Atividades começaram quarta-feira (28) (Foto: Ruy Barros)

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), está desenvolvendo, na região do Cinturão Verde, o Projeto Proteger. A proposta é levar orientação sobre a prevenção de doenças e agravos relacionados ao trabalho desenvolvido na região, com a distribuição de kits que incluem itens como protetor solar. As atividades tiveram início na quarta-feira (18), com pescadores e marisqueiros da comunidade Arraial, no Quebra Pote. 

“Foi uma oportunidade para identificarmos as atividades produtivas de áreas e ocupações vulneráveis. Dessa forma, buscamos atuar na prevenção contra doenças e agravos relacionados ao trabalho, também procedendo com a orientação de como esses trabalhadores devem se portar quanto aos sinais e sintomas de possíveis ocorrências resultantes da atividade que desempenham”, disse o chefe do CEREST-SES, Luciano Mamede. 

O Cinturão Verde, na zona rural de São Luís, é uma área de concentração produtiva de agricultura familiar e pesca. A proposta do poder público estadual é levar as ações do projeto todas as quartas-feiras dos meses de agosto e setembro às comunidades que integram a região. Através de parceria entre a Força Estadual de Saúde (Fesma) e a Secretaria de Estado de Igualdade Racial (SEIR), o projeto deve ser levado também, nos meses de setembro e outubro, às áreas quilombolas. 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Pescadores de São Luís, Clóvis Amorim da Silva, o projeto está concentrado na busca por melhoria da qualidade de vida desses profissionais. “Ocasiões como esta viabilizam formas de como é possível melhorar a condição de trabalho dessas pessoas. Melhorando as condições de saúde, impactamos também na comercialização e forma adequada de se tratar os produtos”, disse.

Durante a roda de conversa realizada na comunidade do Quebra Pote, foi destacada a importância do uso de botas, luvas e chapéu do tipo sombreiro, apropriado para evitar insolação, assim como o acondicionamento adequado dos produtos. Para incentivar a proteção, os trabalhadores receberam itens como protetor solar e bonés.

Natural de Bequimão, mas residente em Icatu, Benedito Ribeiro, de 79 anos, é pescador desde os 13 anos e conta que todos os dias navega até São Luís para tirar o seu sustento. “A gente busca sempre estar se resguardando, principalmente contra o sol. Para isso usamos tendas, lavamos a pele com água doce para tirar o sal do corpo, e um momento como esse é sempre bom para melhorar o que precisa ser melhorado”, descreveu.

Marisqueira há 18 anos, Conceição da Silva, de 64 anos, comentou os desafios da profissão e a necessidade dos cuidados com a saúde. “Sempre quando saímos para fazer o arrasto do camarão, vamos de camisa manga comprida, levamos bastante protetor solar e água potável, seja para beber ou preparar a nossa comida. Chegamos a passar de cinco a seis dias, no mar, pescando. Então, ter um momento como este nos ajuda a melhor cuidarmos de nós mesmos”, compartilhou. 

O projeto Proteger considera a Diretriz I do Plano Anual de Saúde (PAS), que visa garantir o acesso da população às ações e serviços como direito fundamental ao atendimento das necessidades de saúde. As ações impactam positivamente a política de atenção primária em saúde, atenção especializada e facilitam, ainda, o acesso a medicamentos e insumos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).