Campos produtivos incrementam a vida das comunidades quilombolas no Maranhão

Campos agrícolas produtivos, realidade nas comunidades quilombolas no Maranhão (Foto: Divulgação)

Dentre as diversas ações que o Governo do Maranhão desenvolve em comunidades quilombolas está a implementação dos chamados “campos produtivos”, terrenos agrícolas prontos para a produção de hortaliças, frutas e legumes. A ação acontece através da Secretaria da Igualdade Racial do Maranhão (SEIR), em parceria com a Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), e tem como objetivo gerar emprego, renda e segurança alimentar. No início de setembro os cinco primeiros foram entregues em Peritoró, num total de 62 espalhados pelo estado, todos com sistema de irrigação. Dois meses depois eles já estão gerando retorno, como explica José Alves dos Santos, camponês da comunidade quilombola do Sossego.

“Rapaz eu já plantei o maxixe, o quiabo, pepino e o cheiro-verde também, entendeu? Eu já vendi minha produção aqui na região de Peritoró, fiz R$ 800. E também já fui vender na feira da cidade, já tem quatro feiras que eu estou lá vendendo verdura. Ah, e tem outra coisa que eu plantei aqui também, é o feijão verde. E eu estou muito feliz com a nossa horta, está tudo indo muito bem. Antes nós íamos lá pra rua comprar um maxixe, um quiabo, e hoje não, nós temos aqui a vontade. E outra coisa também que eu estou muito satisfeito, antes a nossa família não tinha serviço, agora está todo mundo trabalhando. Antes tinha que sair para procurar emprego e agora não precisa mais”, disse Santos.

Os campos produtivos alcançarão 60 comunidades quilombolas rurais em 12 munícipios, e variam entre mil e 10.000 metros quadrados. Em Peritoró, além do de Sossego, os outros já entregues estão nas comunidades de Santa Maria, Lago Grande e São Bento do Juvenal, beneficiando diretamente 75 famílias.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Maranhão (Sagrima) e a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp) também são parceiras do projeto. Através do “Programa Mais Sementes”, por exemplo, já foram entregues dois mil quilos de sementes de milho e oito conjuntos de sementes frutíferas e hortaliças.

De acordo com o secretário da SEIR, Gerson Pinheiro, para além das feiras locais e do consumo próprio, toda a produção cultivada é comercializada junto aos órgãos governamentais, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

“Nossa equipe da Igualdade Racial é incansável no acompanhamento das comunidades rurais quilombolas. Estamos avançando e vamos avançar cada vez mais. O papel do Estado é cuidar de todos, de cuidar principalmente daqueles que precisam de ajuda, esta é a tarefa e a missão do governo Flávio Dino e estamos honrando esse compromisso”, declarou.

Além da implantação dos campos, as comunidades estão recebendo toda a capacitação para a inclusão da produção no programa Selo Quilombos do Maranhão, o que garantirá o escoamento para outros mercados, com atestado de origem e qualidade.

“Antes as pessoas tinham vergonha de ser quilombolas, devido à falta de atenção do poder público. Hoje, graças ao governador Flávio Dino, ser quilombola é sinônimo de orgulho, pois agora chegam escolas, campos produtivos, máquinas, sementes. São ações que beneficiam essa população tão importante para a nossa sociedade e que hoje é vista e bem cuidada”, completou o secretário.