SES capacita tutores no Método Canguru para a Atenção Primária

Curso de capacitação de tutores para o Método Canguru na Atenção Primária. (Foto: Divulgação)

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por intermédio do Departamento de Atenção à Saúde da Criança e Adolescente (DASCA/SES), iniciou esta semana o curso de capacitação de tutores para o Método Canguru na Atenção Primária, em São Luís. Ao todo serão formados 30 tutores que estarão aptos para desenvolver a metodologia em unidades básicas de saúde dos municípios. A capacitação que teve início segunda-feira (29) prossegue até quarta-feira (1º).  

“O objetivo é abordar políticas de atenção humanizada em todos os níveis de rede da Atenção em Saúde, focando no cuidado da criança neonato. Esperamos poder tanto formar como qualificar, os profissionais que vão atuar enquanto tutores da estratégia, dando apoio técnico na Atenção Primária, beneficiando as famílias e comunidades onde o bebê está inserido”, disse a secretária adjunta da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde da SES, Waldeise Pereira.

O Método Canguru atende a simbologia do acolher no colo e funciona como estratégia hospitalar e também ambulatorial, cujo fluxo é montado de acordo com as necessidades do paciente. Ele é desenvolvido em três etapas, são elas: quando impossibilitado de ficar com a mãe, a criança é colocada em contato direto com a pele da mãe como forma de incentivar a progressão do quadro de saúde da criança; na segunda fase, com a saúde mais estabilizada, o bebê já pode ser posto no colo ou peito da mãe, ou do pai, porém ainda sem alta hospitalar. O terceiro e último estágio é quando a criança ainda necessita de acompanhamento ambulatorial, porém agora já com alta hospitalar, de forma a impactar positivamente o seu desenvolvimento físico e psicológico.

Com a capacitação, os profissionais de saúde participantes do curso serão multiplicadores do cuidado integral e compartilhado do Método Canguru. De acordo com a chefe do DASCA/SES, Nelma Silva, a estratégia também ajuda a diminuir possíveis agravos à saúde do bebê. “A ideia é que a Atenção Primária saiba lidar com as peculiaridades de uma criança prematura. Isso perpassa na forma em como a equipe de profissionais irá ajudar a família e a sua rede de apoio, de forma a ter todos os cuidados e necessidades especiais”, explicou. 

A enfermeira Silma Jovita, da Força Estadual de Saúde do Marnhão (Fesma), atua na região de Pedreiras. Segundo ela, o método irá contribuir com o quadro de saúde de diversas crianças. “Nós já utilizamos o método nos casos em que as crianças nasceram prematuras. O principal ganho é a vida e por se tratar uma assistência bem mais qualificada, vamos poder garantir que as crianças de baixo peso ou prematuras tenham acesso a atendimento de referência”, observou. 

Na capital, os Centros de Saúde AMAR, São Raimundo e Janaína receberam o título de Unidades Amigas da Primeira Infância, que é uma iniciativa do UNICEF, por adotarem o método como estratégia de saúde e de defesa da vida prematura. “Ao sair da UTI Neonatal, o bebê volta a ser inserido na rede de cuidado da Atenção Primária, que é a detentora do cuidado da criança recém-nascida. Esse vínculo é estabelecido com toda a comunidade desde o primeiro pré-natal”, afirmou a coordenadora de Atenção à Mulher, Criança e Adolescente, Ananda Garcez. 

Participam do treinamento técnicos do Dasca, do Departamento de Saúde da Mulher (DASMU-SES), do Departamento da Estratégia de Saúde Família e da Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma). Além disso, está contemplado pelo treinamento o município de São Luís, onde estão situadas as três unidades de saúde que fazem parte da Rede Amiga da Criança.

O curso é promovido de acordo com orientação do Ministério da Saúde, através do Centro Nacional de Referência para o Método Canguru HU-UFMA. Assim, a Formação de Tutores para o Método Canguru da Atenção Básica foi estruturado com o intuito de contribuir com a qualificação dos profissionais da Atenção Básica a fim de garantir maior articulação destes profissionais com o cuidado neonatal praticado pela equipe multiprofissional hospitalar.