Governo e Vale lançam diagnóstico de cadeias produtivas do Maranhão

Na aberturado evento, Marcos Pacheco, secretário de Estado de Políticas Públicas e Rafael Martinez, gerente Executivo de Sustentabilidade da Vale. (Foto: Divulgação)

Governo do Estado do Maranhão e a Vale, por meio da Rede de Desenvolvimento Territorial do Maranhão (Redetema), apresentaram o Diagnóstico e Perspectivas das Cadeias Produtivas do Maranhão, na tarde da última segunda-feira (6), no auditório do Centro Cultural do Ministério Público, em São Luís.

O diagnóstico lançado faz parte da estratégia para o fortalecimento de arranjos produtivos da agricultura familiar como meio de impulsionar o desenvolvimento local. Ele possui amplo levantamento e sistematização de dados de 24 municípios do Maranhão vizinhos à ferrovia Carajás. Trata-se de uma importante ferramenta para a construção de um plano de trabalho que visa desenvolver a agricultura nessas localidades e reverter o fluxo de importação de alguns produtos alimentícios no estado.

Na ocasião, além de representantes da Vale, Suzano e das secretarias e órgãos do Governo do Estado envolvidas, estiveram presentes representantes das 24 cidades que margeiam a estrada de ferro Carajás no Maranhão, onde receberam os diagnósticos das potenciais cadeias produtivas que seus respectivos municípios tenham habilidades identificadas no estudo. A previsão é que, no mês de janeiro de 2022, sejam iniciadas as oficinas para capacitação dos municípios e, em seguida, as ações sejam desenvolvidas em cada território.

Para Marcos Pacheco, secretário de Estado de Políticas Públicas e coordenador da Redetema, as principais cadeias produtivas trabalhadas no diagnóstico são o extrativismo (com foco no coco babaçu), leite, mel e a mandioca (com destaque também para o uso em cervejarias). “O diagnóstico lançado hoje foi um trabalho conjunto, com alternativas de intervenções efetivas e que tenham sustentabilidade, isto é, que mesmo depois que seja retirado o apoio financeiro, por exemplo, essas comunidades tenham capacidade de tocarem a vida. O objetivo é promover sustentabilidade e tentar superar a fome nesses municípios”, explicou.

Entre outros resultados, o estudo apresentado na cadeia da mandioca identificou que a maioria dos produtores dessas comunidades usam uma espécie de mandioca que é sujeita a patógenos e que a Embrapa, também presente no evento, já desenvolveu uma espécie de mandioca resistente, que pode aumentar a produtividade em mais de 50% para os agricultores. 

Rafael Martinez, gerente Executivo de Sustentabilidade da Vale, destacou a importância do relacionamento entre a empresa e a comunidade, como indutora de crescimento. “Este é um projeto de desenvolvimento territorial onde tentamos contribuir para a melhoria da vida dessas pessoas. É o primeiro passo de aplicação prática desse diagnóstico. Que ele promova um impacto real na vida das pessoas, em curto prazo, principalmente em um período ainda mais complicado, com a pandemia”, destacou Martinez.

Dineide Ramos, secretária de Agricultura de Bacabeira, comentou que seu município recebeu a proposta com entusiasmo. “Estamos vendo que o Governo do Estado e a Vale tem se preocupado com a situação atual da agricultura familiar dos municípios, que não é boa. Estamos realmente com dificuldades em desenvolver alguns trabalhos. Nossa agricultura precisa avançar. Nós precisamos de ajuda, e é isso que viemos buscar aqui, pois não depende só de nós”, revelou a secretária.

Municípios contemplados: Açailândia, Alto Alegre do Pindaré, Anajatuba, Arari, Bacabeira, Buriticupu, Bom Jardim, Bom Jesus das Selvas, Cidelândia, Igarapé do Meio, Itapecuru Mirim, Itinga do Maranhão, Miranda do Norte, Monção, Pindaré-Mirim, Santa Inês, Santa Luzia, Santa Rita, São Francisco do Brejão, São Pedro da Água Branca, Tufilândia, Vila Nova dos Martírios, Vitória do Mearim e São Luís. 

Sobre a Redetema

Para compartilhar objetivos, ações e recursos com a finalidade de combater a pobreza e desigualdade nas comunidades que recebem influência direta da Vale, o Governo do Estado e a Vale criaram, em 2019, a Rede de Desenvolvimento Territorial do Maranhão (Redetema), com vistas a contribuir para o desenvolvimento sustentável com foco em atividades estruturantes que ampliem a complementariedade, o alcance e o impacto dos investimentos econômico, social, ambiental e de demais setores, seja proveniente do setor público, seja do setor privado, bem como do terceiro setor.

Os principais focos de trabalho da Redetema são: desenvolvimento das cadeias de produtos relevantes para a agricultura familiar e empreendimentos sociais urbanos; fortalecimento da capacidade de gestão das cooperativas; verticalização da produção familiar; ampliação do acesso a serviços técnicos, financeiros e de gestão; ampliação da participação das comunidades ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar e fornecimento aos restaurantes populares; difundir tecnologias para soluções de inclusão social, segurança hídrica e alimentar; e construir agenda regional de trabalho.

Além da Vale e Suzano, participam da Redetema as seguintes secretarias e órgãos do Governo do Estado: Secretaria de Estado de Políticas Públicas (SEEPP), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes), Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), Secretaria de Estado de Agricultura Familar (SAF), Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Secretaria de Estado do Trabalho e Economia Solidária (Setres), Secretaria de Estado da Igualdade Social (SEIR), Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural (Agerp), Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma), Secretaria de Estado da Mulher (SEMU), Secretaria de Estado de Programas Estratégicos (SEPE), Secretaria de Estado de Relações Institucionais (SRI), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e Fundação do Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico (Fapema).