Governo e Universidade Ceuma desenvolvem pesquisa sobre a CoronaVac e permanência de anticorpos contra a Covid-19

Professor de Imunologia, Eduardo Martins de Sousa, e diretor geral do Lacen-MA, Lídio Gonçalves, destacam a importância da pesquisa (Foto: Ruy Barros)

Professor de Imunologia, Eduardo Martins de Sousa, e diretor geral do Lacen-MA, Lídio Gonçalves, destacam a importância da pesquisa (Foto: Ruy Barros)

O Governo do Estado, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen-MA), e a Universidade Ceuma estão desenvolvendo uma pesquisa pioneira que irá avaliar a resposta imunológica de pessoas à vacina CoronaVac e a resposta imune natural ou inata à Covid-19, bem como a permanência de anticorpos contra a doença. Os resultados da pesquisa, que está em andamento, devem ser apresentados ainda este ano e podem contribuir com o combate à pandemia no Brasil e até em âmbito mundial.

“Ainda não se tem muitos estudos como este em andamento. A nossa intenção é observar questões importantes no que diz respeito à eficácia da vacinação e à permanência dos anticorpos que combatem a doença. Avaliando amostras de públicos específicos, estamos desenvolvendo uma pesquisa que pode contribuir com o trabalho de enfrentamento à pandemia”, destaca o diretor geral do Lacen-MA, Lídio Gonçalves.

O estudo foi idealizado pelo professor de Imunologia da Universidade Ceuma, Eduardo Martins de Sousa. “O que mais tínhamos no início da pandemia eram perguntas e poucas certezas, então, baseado nos ciclos de outras doenças surgiram questionamentos como: a infecção por si só consegue gerar proteção? Por quanto tempo os anticorpos permanecem no organismo? Alguns questionamentos continuam sem respostas. Não sabemos, por exemplo, de quanto em quanto tempo deverá ser feita a revacinação e se será realmente necessária”, explicou.

O estudo foi iniciado em 2020, com cerca de 100 pessoas que haviam realizado o exame de sorologia, que detecta anticorpos contra o SARS-Cov-2. Na primeira etapa da pesquisa, através do acompanhamento dessas pessoas, que ainda não haviam sido vacinadas, a proposta era analisar se os anticorpos persistiam após a infecção pelo coronavírus, por quanto tempo e se seriam anticorpos neutralizantes, capazes de impedir a reinfecção.

Com o início da vacinação, o estudo pretende responder, dentre outros questionamentos, se uma pessoa que teve a Covid-19 e se vacinou com as duas doses da CoronaVac adquiriu uma proteção maior contra a doença do que aquelas que contraíram a doença e ainda não se vacinaram.

“O estudo também nos permitirá avaliar a eficácia da CoronaVac na população maranhense, representados na pesquisa por adultos, profissionais de saúde e idosos. Será um estudo de grande impacto, pois existem poucas pesquisas que avaliam a eficácia da CoronaVac e, além disso, o Brasil enfrenta um cenário de muitas variantes em circulação”, explica o professor Eduardo.

Metodologia

A metodologia do estudo inclui a aplicação de questionários e a coleta sorológica para análise dos anticorpos e das células de memória, capazes de reconhecer um agente infeccioso específico.

Os quatro grupos analisados são formados por pessoas que não foram infectadas e nem vacinadas para Covid; não foram infectadas, mas vacinadas contra a doença; foram infectadas, mas não vacinadas contra a doença; e as que foram infectadas e vacinadas contra a Covid-19.

Para análise pelo Lacen-MA, foram realizadas três coletas nas pessoas selecionadas para participar do estudo: em junho de 2020, dezembro de 2020 e julho de 2021. A previsão é de que o estudo completo seja concluído e tenha os resultados divulgados ainda neste ano.

Professor de Imunologia, Eduardo Martins de Sousa, e diretor geral do Lacen-MA, Lídio Gonçalves, destacam a importância da pesquisa (Foto: Ruy Barros)

Professor de Imunologia, Eduardo Martins de Sousa, e diretor geral do Lacen-MA, Lídio Gonçalves, destacam a importância da pesquisa (Foto: Ruy Barros)