O Maranhão no século 21

Folha de São Paulo
Publicado em 14 de janeiro de 2014

O Maranhão atravessou todo o século 20 sofrendo as graves consequências do patrimonialismo e do coronelismo, numa proporção que nenhuma outra unidade federada viveu.  O resultado mais nítido desse ciclo é conhecido de todo o Brasil: os piores indicadores sociais do país, produtos desse amálgama entre regime oligárquico tardio e uma desastrada “modernização” baseada em enclaves econômicos.

Desde 1º de janeiro, nosso desafio é virar essa página. A partir de agora o Brasil vai conhecer o Maranhão por suas coisas boas, e principalmente pela capacidade do seu povo se mobilizar para corrigir essas injustiças seculares.

Essa mudança exige de nós a capacidade de recuperar a grandeza da política. A política que é indignada com a injustiça. A política feita com honestidade, que não é um fim em si mesma, mas um instrumento para melhorar a vida das pessoas. A política sem preconceitos, quando é hora de escolher a ação de governo mais eficiente. A política que respeita a divergência, mas acredita na união em torno dos grandes desafios de um povo.

Vamos combater um por um os péssimos indicadores sociais que herdamos. No nosso primeiro dia de governo, iniciamos um programa que visa acabar com as escolas de taipa no Estado, criamos a Força Estadual de Saúde para enfrentar entre outras a mortalidade materna e infantil, e criamos um comitê para tratar de ações em várias frentes pela melhoria dos indicadores sociais nas 30 cidades com menor IDHM.

Gasto público tem alta qualidade quando o recurso do orçamento chega ao cidadão, sem se perder nos ralos da corrupção. Para isso, criamos a Secretaria de Transparência e Controle, que terá ação preventiva no que se refere ao novo governo, e investigativa no tocante aos gravíssimos indícios de mau uso do dinheiro público no Maranhão. Apenas para citar o caso mais recente, as transações entre o doleiro Alberto Youssef e o governo do Maranhão, envolvendo cifras superiores a R$ 100 milhões.

Criamos o Conselho Empresarial do Maranhão, que reunirá mensalmente com o governador, com objetivo de mapear e remover entraves econômicos, garantir condições de efetiva livre concorrência para quem queira aqui investir, e implementar políticas de incentivo das nossas principais cadeias produtivas: mandioca, arroz, soja, alumínio, cerâmica, gesso, móveis, celulose, álcool, entre muitos segmentos.

Temos a expectativa também da retomada vigorosa de um importante projeto nacional hoje em ritmo lento: o Centro de Lançamento de Alcântara, que queremos transformar, com políticas complementares, num polo de geração e irradiação de tecnologia para o desenvolvimento do nosso Estado.

O Maranhão tem vantagens competitivas únicas, tais como o complexo portuário brasileiro mais próximo dos grandes mercados consumidores do planeta, energia e água abundantes. Chegou a hora de usar esse patrimônio a favor do povo maranhense.
Trilhando esse e outros caminhos, com o enorme potencial que temos, tenho a convicção de que – nos próximos anos – vamos finalmente colocar o Maranhão no século 21.